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domingo, 8 de outubro de 2023

Singapura, Indonésia e Malásia


A vontade de voltar ao sudoeste asiático era grande e desta vez surgiu a oportunidade de conhecer o maior arquipélago do mundo. A Indonésia era o grande destino destas férias e para lá chegar aproveitamos para fazer algumas paragens pelo meio.

Singapura foi a nossa porta de entrada e de saída da Ásia e foi surpreendente! Assim que se aterra no país ficámos logo surpreendidas, pois o aeroporto é fantástico. 
Ao chegar temos que preencher um formulário online através do QR code que é facultado em vários pontos no aeroporto e que temos que mostrar na alfandega. A partir daí estamos prontas para explorar o país e ser surpreendidas...não fosse o calor intenso e sufocante!!

A rede de transportes é fantástica e muito fácil de utilizar. Basta passar o contactless do cartão MB e lá vamos nós. Nós usamos tanto o metro como os autocarros que são excelentes.

Singapura é uma cidade-estado moderna, vibrante, limpa, organizada mas cara para dormir. Nós estivemos duas vezes na cidade (na ida e na vinda) e em ambas as vezes recorremos à cadeia de hotéis Ibis budget, pois foi o melhor que encontramos tendo em conta a relação preço/qualidade.

A organização e estrutura do País é admirável, mas provavelmente pelas regras bastante rígidas que tem.

O must do é caminhar pelas ruas e explorar cada canto, como Chinatown, Arab Quarter, Clarke Quay, Financial District e Marina Bay onde fica o hotel Marina Bay Sands conhecido pela sua infinity pool e pelas vistas fantásticas sobre a cidade.
Mas algo essencial é assistir ao espetáculo das Super Trees no Gardens By The Bay, que acontece todas as noites às 20h00, 21h30 e 23h00, com duração de 15 minutos.

De Singapura voámos para a Indonésia, o grande destino destas férias. O roteiro que definimos foi para 11 dias na Indonésia. 
Voámos diretamente para Yogyakarta, a 2ª cidade da ilha de Java e a cidade base para conhecer os preciosos templos que tanto queríamos conhecer e que estão ao seu redor - O Templo Budista Borobudur e o Templo Prambanan.

Descobrimos que o trânsito na Indonésia é uma loucura, cheio de motos e carros. Conduzir lá não é uma tarefa fácil. E para não fazê-lo a alternativa é contratar tours ou contratar um Grab (igual ao Uber) que te leve aos sítios.

Desta forma, consideramos que a melhor maneira de visitar os templos era ir num tour, por ser muito mais fácil e cómodo. Compramos o tour na nossa guest house, que saiu bastante cedo e que durou um dia inteiro. Foi duro acordar de madrugada, mas foi o melhor que fizemos! O tour foi ótimo e o tempo foi ideal para visitar tudo com calma.

Ambos este templos estão incluídos na lista de Património Mundial da UNESCO na Indonésia. Prambanan e Borobudur são muito diferentes entre si, não só pela vocação religiosa que os fez surgir, mas também pela forma arquitetónica como essa vocação se expressa.
Borobudur, é o maior monumento budista de toda a Ásia e Prambanan é o maior templo hindu da ilha de Java. São dois templos que vale muito a pena conhecer.

Outro ponto de interesse na Ilha de Java é o Monte Bromo que é um dos vulcões mais visitados na Indonésia, pela sua paisagem lunar.
Para lá chegarmos de forma independente sabíamos que ia ser difícil pois a probabilidade de sermos alvo de um esquema qualquer era grande, mas decidimos tentar fazê-lo na mesma.
Em Yogyakarta apanhamos um comboio para Probolinggo, onde ficamos alojadas e na nossa guesthouse contratamos um tour. Fomos de madrugada numa mini-van até Cemoro Lawang e de lá levaram-nos para assistir ao nascer do sol no vulcão. O nascer do sol foi um flop, pois o nevoeiro era tanto que não nos deixou ver nada. Mas o resto da tour foi incrível pois de seguida, subimos à cratera do vulcão a pé o que foi absolutamente indescritível!! Um verdadeiro sonho!!
Uma dica importante é levar roupa mais quente pois lá em cima a temperatura baixa drasticamente!

O nosso tempo na Ilha de Java estava a terminar e tivemos que seguir para outra ilha. Apesar de haver mais opções, optamos ir para Bali de autocarro que demorou 12h!!!

Chegadas a Bali, o autocarro levou-nos até Denpassar e lá arranjamos um Grab para nos levar para Ubud.
Ubud fica no centro de Bali, não tem praia e está cercado por arrozais. É a capital cultural da ilha. As pessoas aqui vivem com intensidade os seus costumes e a sua religiosidade. Bali é uma ilha hindu no meio da maior população muçulmana do mundo! Mas o hinduísmo praticado aqui é diferente do hindu da Índia, aqui a vaca não é sagrada, assim como não há o sistema de castas.

O fluxo de turismo é imenso e achámos que existem demasiados turistas, tornando a ilha bastante ocidentalizado. Por um lado é bom mas por outro lado considero que perdeu um pouco a sua originalidade.

Os transportes públicos em Bali são praticamente inexistentes. Existem basicamente três opções para explorar os principais pontos de interesse da ilha: alugar mota, alugar um carro com motorista, ou recorrer a tours para fazer os passeios.

Como a nossa experiência em andar de mota é nula, a opção foi contratar motoristas para nos levar aos sítios.
Foi assim que fizemos para visitar os campos de arroz de Tegallalang e os vários templos hindus. Visitámos:

- Terraços de arroz de Tegallalang, considerado Património Mundial da UNESCO por ainda utilizarem o tradicional sistema de irrigação balinês.

- Pura Tirta Empul, mais conhecido pelo nome de Templo da Água, por ficar localizado junto a uma nascente sagrada e onde são realizados rituais de purificação, nos quais também podemos participar.

- Candi Gunung Kawi (Património Mundial da UNESCO), um dos maiores e mais antigos complexos de templos do Bali, onde encontramos impressionantes santuários esculpidos nas rochas.

- Templo Goa Gajah, também conhecido pelo nome de Caverna do Elefante, devido à caverna que se encontra no recinto do templo e em cujo interior se encontra a estátua do deus hindu Ganesh.

- Cascata Tegenungan é uma das cascatas mais majestosas de Bali. Infelizmente, foi transformada num autêntico parque de diversões onde não faltam baloiços, miradouros, uma ponte com fundo de vidro e até mesmo um bar/club com uma piscina infinita, tudo fabricado para o Instagram. A beleza da cascata continua lá, mas é preciso abstrair-se do ruído e das multidões.

Todos estes templos e atrações são a pagar e nos templos exigem que homens e mulheres vistam o sarong (uma saia típica) para poder entrar nos templos.

O resto do tempo foi a explorar o centro de Ubud, o mercado e os arredores acessíveis a pé.

De Ubud fomos para Amed de carro com motorista. Amed foi uma surpresa muito agradável. Não tinha grande expetativa mas acabou por se revelar uma vila muito tranquila onde passamos 2 dias bastante descontraídos.
Aproveitámos os dias para descansar e fazer praia. As praias são vulcânicas com vista para o vulcão.
Fomos visitar o Pura Lempuyang Luhur, o templo onde se tira a famosa fotografia em reflexo com o imponente Mount Agung como pano de fundo. Não vá é à espera de ver um lago no templo, pois a famosa fotografia não passa de um ilusório jogo de espelhos criado pelos locais. Escusado será dizer que a fila para tirar a icónica fotografia é colossal!

Bali é sem dúvida uma ilha magnifica e que merece ser visitada de Sul ao Norte e sem pressa. No entanto, tempo era algo que tínhamos bem contado. Ao todo passámos 5 dias em Bali mas com vontade de ficar por muito mais tempo.

De Bali seguimos para as ilhas Gili de barco pois estes são os únicos transportes que funcionam, quer seja para as Ilhas Nusa quer para as Ilhas Gili. Compramos o bilhete de barco+transporte de ida e volta, no hotel em Amed. O preço é muito variável mas mais vale assim do que estar a negociar no dia em Padang Bai que é simplesmente um circo!!

Passamos 2 dias na Ilha Gili Air a relaxar. É sem duvida uma ilha tranquila, perfeita para descansar pois não há veículos motorizados, apenas carroças e bicicletas. As praias são de areia fina com águas quentes e azul-turquesa.

Regressamos a Bali de barco. Em Padang Bai fomos de mini-van para o aeroporto, que estava incluído no bilhete de barco. 
Estando na Indonésia e em direção a Singapura, não podíamos deixar de ir ver como é a Malásia e por isso decidimos voar até Kuala Lumpur, a capital da Malásia.

Kuala Lumpur é uma cidade grande, com prédios altos, um pouco confusa, com muita gente, muitas culturas (hindu, muçulmana, cristã), mas com algum lixo e alguma pobreza...mas a comida é simplesmente maravilhosa, fruto desta mistura de culturas.

Ficámos alojadas na zona de Bukit Bintang, que é um bairro cheio de shoppings e de centros comerciais, bem como de bares e restaurantes. É uma zona bastante animada e muito bem servida de transportes públicos o que facilita a deslocação pela cidade.

Aproveitamos para visitar as Batu Caves, pois é um ponto obrigatório. Localizada na periferia da cidade chega-se lá facilmente de metro. 
Trata-se de um conjunto de cavernas cuja entrada é gratuita e que tem uma entrada imponente pela presença da imensa estátua dourada de Murugan, um deus hindu. Para aceder às cavernas, temos que subir os 272 degraus coloridos do templo. Pela escadaria existem centenas de macacos, que estão lá à procura de comida (e a tentar roubar comida ao turista desatento!). O lugar é bonito, mas infelizmente estava muito sujo.

Visitámos as Petronas Towers que são o ponto turístico mais famoso de toda a Malásia, por outrora ser o edifício mais alto do mundo. São milhares de visitantes que se aglomeram aos pés das torres, noite e dia, para tirar uma foto, pois têm sem dúvida uma construção bonita e imponente. Na base das torres funciona um shopping enorme - o Suria KLCC.

O tempo para visitar a cidade foi curto, pois só estivemos 1 dia e ficou muita coisa por ver. Deixamos a Malásia com vontade de voltar e de visitar melhor a sua capital assim como o resto do país, pois dizem que as praias e as suas ilhas são magnificas.

De Kuala Lumpur apanhamos um autocarro para Singapura que demorou cerca de 5 horas. Tivemos que passar a fronteira terrestre onde tivemos um contratempo na alfandega, nomeadamente no preenchimento do formulário online, mas conseguimos chegar ao destino apesar das peripécias.

Foram umas férias inesquecíveis, cheias de aventuras, onde vimos uma grande variedade de paisagens e de ambientes. Foi uma viagem planeada para visitar os três destinos, mas foi na Indonésia, onde passamos a maior parte do tempo. 
É sempre impossível ver tudo, pois o tempo é escasso e ficou muita coisa para visitar, mas apesar de tudo visitamos praias paradisíacas, vulcões e templos magníficos. As pessoas foram muito simpáticas, hospitaleiras e sempre de sorriso no rosto.

segunda-feira, 19 de junho de 2023

Um Paraíso chamado "Ilhas das Berlengas"


As ilhas das Berlengas são umas das paisagens mais maravilhosas e singulares de Portugal e por isso é obrigatório fazer uma viagem até lá. Considerada reserva natural foi também declarada Reserva Mundial da Biosfera pela UNESCO.

Berlengas é o nome do arquipélago que é constituído por três ilhas, a maior das quais se chama Berlenga. Esta ilha é a única habitada e que se pode visitar. 
Pode-se chegar ao arquipélago de forma independente ou num tour. Eu optei por ir num tour com a Wildest e deste forma já fui com tudo tratado, pois de modo a preservar os ecossistemas da ilha, existe um limite de 350 visitantes por dia (de Maio a Setembro) e desde 2022 que se passou a pagar uma taxa turística.

Chegámos a Peniche à hora de almoço. Almoçámos e de seguida apanhámos o barco no porto, por volta das 14:30. Fomos com a empresa Feeling Berlenga. A viagem de barco demorou cerca de 40 minutos e tivemos sorte pois quase não havia agitação marítima e por isso a viagem fez-se muito bem.

Assim que chegámos à ilha da Berlenga Grande a 1ª coisa que se avista é a pequena praia com a sua água azul-esverdeada transparente. Muito convidativo e o 1º passo foi dar um mergulho. Ao contrário do que parece a água é bastante fria.

De seguida, fizemos um passeio de lancha com fundo de vidro para visitar grutas e outras formações geológicas à volta da ilha.

Atracámos no Forte de São João Baptista e fomos visitá-lo que tem o custo de 1€. O forte tem uma localização geográfica fabulosa, com umas vistas incríveis. O forte funciona atualmente como um hostel um pouco singular pois as antigas celas são os quartos. Dá vontade de vir uma próxima vez e ficar aqui alojado.

De seguida, iniciámos o trilho pedestre de cerca 3km que circunda a maior parte da ilha. O inicio do trilho é a subir por uma escadaria um pouco ingreme mas à medida que subimos as vistas sobre o forte são maravilhosas. No ponto mais elevado encontramos o Farol do Duque de Bragança, que remonta a 1841. Continuámos o trilho onde vamos vendo imensas gaivotas e as suas crias. O trilho é muito fácil, sendo que a parte mais difícil é a subida da escadaria.

Existem várias regras que devem ser respeitadas de forma a preservar este ecossistema:
  • Circular apenas nos trilhos e respeitar a sinalização,
  • Ao circular pela ilha não atirar pedras para o mar,
  • Colocar o lixo nos locais apropriados ou levá-lo de volta consigo,
  • Não apanhar plantas nem amostras geológicas,
  • Manter-se à distância dos animais e não os alimentar.
Terminamos o trilho no Bairro dos Pescadores, onde existe 1 café e por isso aproveitamos para beber um refresco enquanto admirámos as paisagens.

Regressámos a Peniche e mais uma vez a viagem de barco foi super tranquila e muito animada. 

O arquipélago das Berlengas é sem dúvida um verdadeiro paraíso em Portugal e diferente de tudo o que existe no nosso país. Aqui encontramos uma Natureza em estado puro com paisagens incríveis e uma cor da água simplesmente irresistível.

segunda-feira, 5 de junho de 2023

Fim de semana em Toledo e Moinhos de Consuegra



Visitar a cidade espanhola de Toledo já era há muito tempo um desejo meu, quer pela sua história quer pela sua beleza arquitetónica. Desta forma, aproveitei a viagem da Wildest para visitar esta região num fim de semana.

Toledo é uma cidade fortificada e uma das mais antigas de Espanha. Na idade medieval era uma terra pacífica que abrigava em harmonia judeus, católicos e muçulmanos. Na altura, foi conquistada pelos reis católicos, que a transformaram numa cidade católica, no entanto, ainda carrega muitos traços arquitetónicos com influência de seu passado multi-religioso. Conhecida como a Cidade das Três Culturas pela mescla de influências islâmica, judaica e cristã, foi merecidamente listada como Património da Humanidade da UNESCO em 1986.

Iniciámos a nossa visita no Mirador del Valle, que fica um pouco afastado do centro da cidade, mas que vale a pena pela vista. Daqui temos uma vista privilegiada sobre a cidade fortificada que está cercada pelo Rio Tejo.

De seguida entrámos na cidade pelas escadas rolantes, o que para mim foi uma estreia, pois nunca tinha visto tal coisa, no entanto, estas permitem um acesso confortável ao centro histórico que fica no cimo de uma colina, sem canseiras e com menos carros.

Embrenhámo-nos pelo centro histórico e pelas suas pequenas ruas. Estas encontravam-se bem enfeitadas devido à festividade que se aproximava - Dia do Corpo de Deus, que pelos vistos, é festa rija para estes lados.

Visitamos a incrível Catedral de Toledo, considerada uma das melhores catedrais da Europa. É uma catedral gótica do século XIII recheada de capelas vistosas e obras de arte de artistas consagrados. A catedral tem uma história interessante e assim como muitas igrejas de Toledo foi construída sobre antigas mesquitas. Tem uma fenda no teto que proporciona uma iluminação especial e tem uma linda sacristia, convertida hoje em museu, com frescos de vários artistas, incluindo obras de El Greco, Caravaggio, Ticiano, Van Dick, Goya, entre outros. Além da história e religião, Toledo é também conhecida por ter abrigado o artista El Greco, que apesar de ter nascido na Grécia é considerado um dos grandes nomes da arte espanhola. Foi em Toledo que El Greco iniciou sua carreira de pintor retratista e conquistou fama.

Saímos da Catedral e fomos para o bairro judeu. Aqui há várias Sinagogas e existem 2 que valem a visita: A Sinagoga Santa Maria de La Blanca e a Sinagoga del Transito. Nós visitámos a Sinagoga Santa Maria de La Blanca que é outro exemplo de transformação de cidade multi-religiosa para cidade católica e um símbolo da comunidade judaica na cidade.

O tempo era curto e apesar de Toledo ter uma infinidade de lugares que valem a pena visitar o resto do tempo foi andar pelas ruas pequenas e labirínticas, pelas praças e aproveitar para sentar numa esplanada e "sentir a cidade".

Toledo é sem dúvida uma cidade repleta de história com muitos tesouros para descobrir e por isso é imperdível.

No fim do dia fomos para o nosso alojamento em Talavera de la Reina e no dia seguinte fomos conhecer os famosos Moinhos de Consuegra que inspiraram Cervantes quando escreveu Dom Quixote. Os moinhos são datados do século XVI, e eram 13 moinhos dos quais ainda se mantêm 12 deles. Um dos Moinhos é aberto a visitas e funciona como um pequeno museu, permitindo que se suba e veja como os moinhos funcionavam.

Situam-se no alto da colina onde também há um castelo templário, o Castillo de la Muela, que se encontra muito bem conservado. A vista do castelo sobre os moinhos e sobre a paisagem em redor é verdadeiramente fantástica.

Foi sem dúvida uma paragem que valeu a pena pela paisagem e pela história a somar aos restantes lugares que visitámos no fim de semana. 

segunda-feira, 22 de maio de 2023

Trilho da Barca da Amieira



Mais um trilho para explorar e desta vez foi no Alentejo - o Trilho da Barca d'Amieira.

É um dos trilhos mais recentes do país e tem uma extensão de cerca 3,6 km. O trilho é linear, de baixa dificuldade e quase sempre em terreno plano.

Começamos o trilho no Miradouro Transparente do Tejo “Skywalk”, próximo da Barragem do Fratel, onde parte do chão é em vidro, daí o nome de miradouro transparente. A paisagem deste lugar é fantástica. Daqui podemos admirar o Rio Tejo e a imponente Barragem do Fratel.

Ao longo do trilho vai havendo informações sobre a flora e a fauna, ilustrações, postos de observação e distrações como baloiços e uma Ponte Pedonal Suspensa. A ponte suspensa é o local do trilho com mais adrenalina e que por isso tem regras bem definidas que devem ser cumpridas.

De realçar que a maior parte do Trilho da Barca d’Amieira não é feito em passadiços de madeira, mas sim pelo muro de sirga, com vistas impressionantes para o Rio Tejo.

O trilho termina na Amieira do Tejo, onde antigamente havia uma embarcação que fazia a ligação entre a estação ferroviária da Barca d’Amieira – Envendos (Beira Baixa), margem norte do Rio Tejo, e a Amieira do Tejo (Alto Alentejo), margem sul do Rio Tejo. Hoje em dia existe uma embarcação mais moderna que assegura a passagem de motas e carros ligeiros entre os dois cais.

De seguida, visitámos o Castelo da Amieira do Tejo que se encontra muito bem preservado. No interior da torre principal do castelo há um pequeno museu que conta a importância e história deste castelo para a região e para Portugal. Muito interessante!

Já que estamos perto aproveitamos também para visitar a vila de Nisa conhecida pela olaria pedrada, o queijo e o seu artesanato.

Entrámos na Vila pela Porta de Montalvão e percorremos a encantadora Ruinha de Santa Maria, calcetada a barro e mármore em homenagem à olaria pedrada, uma arte centenária candidata a Património Imaterial da Humanidade. 
E de seguida fizemos uma visita ao Museu do Bordado e do Barro. 

Esta pequena vila alentejana é sem dúvida uma vila com um património interessante e que vale bem a pena a visita.

segunda-feira, 13 de fevereiro de 2023

Camino de Hierro



Mais uma escapadinha de fim de semana e desta vez o destino é a uma das zonas mais remotas de Portugal - Parque Natural do Douro Internacional em Freixo Espada à Cinta.

Fomos, mais uma vez, com a Borealis para um fim de semana de caminhada. Ficamos alojados num hotel em Freixo Espada à Cinta, a vila mais manuelina de Portugal, localizada em Trás-os-Montes, na área fronteiriça.

A vila tem alguns sítios interessantes para visitar mas como o tempo era escasso, apenas deu para fazer uma pequena caminhada pela vila e apreciar este excelente exemplo do que é o país profundo.

No 1º dia iniciámos a caminhada bem cedo pelo Parque Natural do Douro Internacional. O percurso é simplesmente fabuloso. Ao longo de todo o percurso vimos o rio Douro a correr por um vale profundo e escarpado que serve de fronteira natural entre Portugal e Espanha. Aqui encontramos um Douro selvagem encaixado entre esmagadoras arribas, às quais aves majestosas como o grifo, sobrevoam com muita naturalidade. É verdadeiramente espantosoA certa altura deixamos o rio e dirigimo-nos para as montanhas em direção à Calçada de Alpajares. Mais uma paisagem incrível. A caminhada foi longa mas as paisagens são bem versáteis e belas. 

No 2º dia fomos para o lado espanhol, a área protegida junto à fronteira natural do rio Douro que tem o nome de Parque Natural Arribes del Duero. O objetivo foi percorrer o Camino de Hierro - a Rota dos Túneis e Pontes, ou seja, a linha férrea abandonada do Douro que vai de La Fregeneda (Espanha) a Barca d’Alva (Portugal).

São os últimos 17 km da antiga, e atualmente abandonada, linha do Douro que unia Salamanca a Barca d’Alva e posteriormente ao Porto. Uma verdadeira obra-prima da engenharia industrial e ferroviária do ano 1887.

No inicio do trilho é-nos feita uma breve explicação das regras de conduta ao longo da caminhada e é nos entregue um colete fluorescente e uma lanterna para utilizar dentro dos túneis.

Ao longo do percurso do Camino de Hierro, atravessamos 20 túneis, o maior dos quais com quase 1600 metros de extensão, e 10 pontes metálicas, algumas bastante vertiginosas. 

É sem dúvida um extraordinário trilho pedestre, cujas paisagens são de cortar a respiração. O percurso faz-se sempre ao longo do rio Águeda até à sua foz no Douro. Pelo caminho vamos sempre acompanhar o vale magnifico do rio com escarpadas falésias que tornam a paisagem simplesmente magnifica.

Terminámos o percurso em Barca D'Alva, na ponte internacional sobre o rio Águeda, a última ponte do percurso e que serve de fronteira entre Portugal e Espanha. A meio da ponte existem duas placas que marcam a fronteira física e desta forma chegámos a Portugal! 

«Então é Portugal, hein?...Cheira bem». Disse Jacinto, no livro "A cidade e as Serras", de Eça de Queiroz, quando atravessou esta ponte e chegou a Portugal. Jacinto veio de Paris até Tormes através desta linha. 

O trilho apesar de ser plano é um pouco exigente, com poucas sombras e com um piso um pouco irregular. É necessário levar bastante água e comida, pois ao longo dos 17km não há sítios para comprar ou recolher água ou alimentos. O almoço pode-se fazer em qualquer parte do percurso, sobre uma ponte ou pelos terrenos com vegetação que vão aparecendo. O importante é não deixar qualquer vestígio de lixo.

Foi sem duvida, um trilho diferente de todos que já fiz e revelou-se uma experiência fantástica. Recomendo vivamente este destino de natureza. 

domingo, 11 de dezembro de 2022

Natal em Londres



O Natal é uma época mágica e no nosso imaginário existem cidades que levam esta época a um nível muito exigente. É o caso da cidade de Londres e por esta razão queríamos ir confirmar isto in loco pois achamos que valia a pena ver pelo menos uma vez na vida.

O objetivo era andar pelas ruas, ver as decorações de Natal da cidade assim como os mercados de natal principalmente o Winter Wonderland.

Para isto foram necessários 3 dias muito intensos e com muito frioooooo e por mais duvidoso que seja com muito sol....

O mais difícil na viagem foi escolher o alojamento pois estes são muito acima dos nossos valores e de qualidade duvidosa. Depois de alguma pesquisa encontramos um sitio um pouco fora da cidade, na zona de Neasden, mas bastante acessível por metro.

Os transportes de Londres são super eficientes e isso deixou-nos mais tranquilas.

O que visitámos:

1 - Piccadilly Circus e sua iluminação
Passamos os dias a percorrer as principais ruas de comércio – Piccadilly Circus, Bond Street, Regent e Oxford Street, Carnaby Street e muitas outras.
Passear por todas estas ruas sob as luzes de Natal é uma delícia. Parece que estamos num filme!

2 - Winter Wonderland no Hyde Park
Um dos planos imprescindíveis era visitar o Winter Wonderland no Hyde Park - a maior feira de Natal da cidade e por isso compramos os nossos bilhetes online e com alguma antecedência. 
O mercado é gigante com várias bancas de comida, com pista de gelo e várias diversões para adultos e crianças.
Claro que fizemos tudo a que tínhamos direito como comer um crepe de chocolate, beber um chocolate quente e andar na roda gigante! Fantástico! Foi dos locais onde mais nos divertimos em Londres.

3 - Covent Garden
O mercado torna-se outra atracão imperdível no natal com as suas decorações. O edifício principal do mercado é rigorosamente decorado com luzes coloridas e com uma árvore de natal à altura. 

4 - Patinagem na Somerset House
As músicas de Natal animam o ambiente ao mesmo tempo em que se patina no gelo. Aqui vive-se um mágico ambiente natalício que encanta quem por lá passa.

5 - Decoração da Fortnum & Mason
Na decoração deste ano, este luxuoso shopping decorou a sua fachada como um Calendário do Advento onde cada janela da loja representa os 24 dias até o natal, iluminando cada dia correspondente. Deslumbrante!

6 - Mercados de natal
Os mercados de Natal são bastante parecidos aos nossos com casinhas em madeira onde se vende um pouco de tudo, comida, artesanato, bebidas quentes.

Visitamos os mercados
- Christmas By The River que fica na margem sul do rio Tamisa, perto da London Bridge e que se estende até a Tower Bridge. É um local muito agradável para passear ao mesmo tempo que se veem as barraquinhas e se ouvem as músicas de natal
- Natal na Leicester Square onde a famosa praça se transforma num pequeno mas acolhedor mercado de Natal com várias barraquinhas.
- Natal na Trafalgar Square que fica na mítica praça transforma este local num ambiente bastante agradável para comer qualquer coisa a apreciar as decorações e todo o ambiente natalício. 

7 - Camden Market
Foi surpreendente visitar este mercado com a sua arquitetura estilo industrial e as suas lojas e cafés com estilos diferentes. É uma zona bastante jovem e alternativa. Aqui aproveitamos para comer e ver as suas inúmeras lojas super diferentes. 


Andar pelas ruas de Londres e ver as suas decorações de natal é realmente algo imperdível!
Existem muitas outras ruas e praças que, nesta época natalícia, se “vestem” a rigor e que também são merecedoras de uma visita. No entanto, a duração da nossa estadia não permitiu ver tudo.
Contudo, o importante foi mesmo andar pelas ruas movimentadas de Londres e surpreender-nos com o que íamos encontrando.
Valeu mesmo a pena!

domingo, 30 de outubro de 2022

Visita aos Passadiços do Paiva e à Ponte Suspensa



Se há percurso pedestre que dispensa apresentações em Portugal, são os Passadiços do Paiva. São um dos percursos pedestres mais populares no nosso país e a sua fama já chegou além fronteiras, tendo inclusivamente ganho vários prémios nos World Travel Awards, os Óscares do turismo. E o que já era bom ficou ainda melhor com a abertura da vertiginosa Ponte Suspensa 516 Arouca, a maior ponte pedonal suspensa do mundo.

Os Passadiços do Paiva e a Ponte 516 Arouca fazem parte do território Arouca Geopark que é reconhecido pela UNESCO como Património Geológico da Humanidade.

É discutível a massificação de passadiços de madeira em Portugal, mas a verdade é que se não fosse esta construção feita pelo Homem, este magnífico vale estaria provavelmente inacessível à maioria de nós.

Por todos este motivos e mais alguns, estava já na hora de conhecer este soberbo destino natural e de descobrir os seus encantos.

Localizados na margem esquerda do Rio Paiva, estes 8,7 quilómetros de passadiços fazem-se de forma é linear e tem o seu início/fim na praia fluvial do Areínho ou na praia de Espiunca.

Iniciamos a caminhada na Praia Fluvial do Areínho pois assim enfrentamos a maior subida de escadaria logo no início do percurso, quando ainda estávamos fresquinhas.

Passado poucos metros do inicio, deparamo-nos com a Ponte Suspensa de Arouca. Decidimos incluir a travessia da ponte na nossa visita. Esta ponte com uns impressionantes 516 metros de comprimento e uma elevação de 175 metros, oferece vistas de cortar a respiração sobre a Garganta do Paiva e a Cascata das Aguieiras. O preço não é barato mas atravessar a Ponte Suspensa é sem dúvida uma experiência ímpar cheia de adrenalina.

O bilhete que adquirimos dá direito a percorrer os Passadiços do Paiva e atravessar a ponte nos dois sentidos.

De seguida, retomámos a caminhada pelos passadiços junto ao rio, caminhando ao longo do vale. O percurso é verdadeiramente impressionante com uma beleza única onde os passadiços estão inseridos num autêntico santuário natural. A simbiose entre a construção do Homem e a natureza está simplesmente perfeita e harmoniosa.

As paisagens são de cortar a respiração com extraordinárias formações rochosas, vida selvagem ímpar e praias fluviais muito apetecíveis.

Fizemos os passadiços num só sentido e terminámos em Espiunca onde voltamos de táxi ao ponto de partida.

Fomos no Outono, apesar da chuva foi uma boa opção, pois implica menos gente e por isso tivemos os passadiços praticamente só para nós, desfrutando em pleno do silêncio e da tranquilidade da natureza.

Sem dúvida que regressamos a casa de coração cheio e com uma sensação relaxante única.
Podemos afirmar, que a fama mundial não é de todo à toa e que, nós portugueses, somos uns privilegiados por ter esta maravilha mesmo “à porta de casa”.